Trabalho, Solange Oliveira; e a farmacêutica e aromaterapeuta Jackeline Martins têm em comum vai muito além de vivências semelhantes como pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), eles trazem uma coragem de enfrentar os desafios e um grande amor incondicional capaz de transformar preconceito em compreensão e empatia.
Esta semana, no dia 28 de abril, os três formaram uma roda de conversa, mediada pela jornalista Dani Klein, que foi transmitida ao vivo e está disponível no Youtube, em que compartilharam suas experiências desde os primeiros sinais que sentiram sobre a diferença no desenvolvimento dos filhos e outras crianças da mesma idade, até a decisão de buscar o diagnóstico, a dificuldade de aceitar e de ter a aceitação da família, a busca incansável por tratamento e inclusão social, a mudança total na rotina pessoal e profissional.
A ação fez parte da Campanha de conscientização ao autismo, com o tema: “Autismo. Compreenda, respeite e acolha”, promovida pela Tevisa em conjunto com Tropicália, LGSA, PCH Braço e Povoação Energia com o objetivo de conscientizar sobre o distúrbio do neurodesenvolvimento, que se inicia nos primeiros anos da infância e persiste por toda a vida, e estimular a intervenção precoce no autismo.
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Leonardo é pai de Miguel, hoje com 10 anos, ele relatou o baque ao perceber que não era mais possível ignorar os sinais. Segundo ele, o momento decisivo foi em uma festa de aniversário em que notou o filho isolado, quando o filho tinha 20 meses. “Calma aí, por que ele está separado das outras crianças? Ele já falava algumas palavras e tinha regredido. Fui trabalhar péssimo no dia seguinte, e os colegas de trabalho perceberam. Meu gerente na época veio falar comigo, eu expliquei a situação e ele me disse: ‘vai para a casa, reflete, eu tenho um filho autista também’. Palavras dele! Eu fiquei pensando isso o dia todo, e resolvi que ia enfrentar. Não ia cair. Meu filho precisava de ajuda”.
Depois disso, foram vários médicos. Na primeira consulta o diagnóstico foi de “Criança mimada”! Mas Leonardo e a esposa não desistiram, encontraram profissionais competentes no trato com a questão, e iniciaram o mais rápido que puderam o tratamento. “E no dia 2 de abril de 2019 ele falou sua primeira palavra e em 2 de abril deste ano de 2022, ele recebeu alta da Dra. Patrícia, a fono que acompanha ele desde o começo, e que tem toda minha admiração. Ele atualmente fala tudo, pede tudo”, conta emocionado.
A Solange descobriu o autismo do Arthur quando ele tinha 2 anos e 6 meses, graças a ajuda da escola. O filho tinha uma pirraça que não era comum, mas a escola insistiu muito que eu levasse ao neuropediatra. Na consulta, parece que tudo que ele tinha que fazer para o médico perceber que ele tinha TEA, ele fez. Já saí de lá com o diagnóstico. Foi difícil conseguir o tratamento, mas felizmente tive muito apoio na empresa. Minha gestora me disse que ‘filhos especiais, têm mães especiais’ e que a gente iria de mãos dadas cuidar do Arthur. Isso me marcou muito. Hoje, eu estudei muito e descobri que não é o fim do mundo! Tem tratamento! Meu filho já está falando suas primeiras palavras e pedindo as coisas”.
Para o filho de Jackeline, Inácio, a poda neural aconteceu aos 12 meses. “Quando ele fez um ano, ele começou a regredir. Foi de repente, ele começou a não responder e não ter mais o desenvolvimento que a irmã gêmea. Tem pais que acham que essas coisas acontecem porque a criança não tem muito contato com outras crianças, mas eu nem poderia pensar isso, porque tinha duas irmãs ali. Foi difícil aceitar, difícil o diagnóstico, e depois mais difíceis ainda as barreiras para conseguir o suporte do plano de saúde e no trabalho. A empresa que eu atuava na época, era diferente da do Leonardo e da Solange, eu tive que optar entre meu filho ou emprego, pois não tinha flexibilidade no trabalho. Eu escolhi meu filho e comecei a me aprofundar no estudo e empreender em aromaterapia, como terapia integrativa para ajudar meu filho e outros a ter alternativas”.
O diagnóstico de Inácio também fez Jackeline a olhar diferente para a filha mais velha, atualmente com 10 anos. “Na época ela estava com quase 9 anos, e eu percebi que a dificuldade dela na escola poderia não ser preguiça ou por ser mimada. Levei ela no neurologista e conformou o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ela começou o tratamento e este ano, pela primeira vez, ela conseguiu fazer a prova sozinha e tirou notas boas. E eu fiquei muito feliz, porque foi um grande avanço”.
“Peque pelo acesso. Procure ajuda! Se eu tivesse aceitado o primeiro diagnóstico de que meu filho era mimado, hoje ele não estaria falando e se desenvolvendo”, ressalta Leonardo em alerta a todos os pais.
Publicado por KICk