Tevisa e Linhares Geração apresentaram projetos vencedores no leilão emergencial durante a Fenergia 2021

Palestra na Fenergia 2021
Palestra sobre Perspectivas do Mercado de Gás no ES proferida pelo Diretor Técnico da Tevisa e LGSA, Marco Antonio Bulhões Marcial.

A  Tevisa e a Linhares Geração participaram juntas, na última quarta e quinta-feira (24 e 25 de Novembro), no Centro de Convenções de Vitória, do FENERGIA 2021, o mais importante fórum e feira de energia do Espírito Santo (ES), com objetivo de promover debates que contribuam para a política energética de Estado. As empresas foram patrocinadoras do evento, que este ano teve foco especial para a aceleração do processo da Transição Energética.

Na abertura oficial, o governador Renato Casagrande pontuou as iniciativas desenvolvidas pelo Governo do Estado para a transição energética, destacando o Programa de Geração de Energias Renováveis (Gerar), que concede incentivos a energias renováveis, e o projeto de troca dos motores a combustão por elétricos da frota de ônibus. “A ideia é debatermos esses temas e investirmos cada vez mais em energias renováveis.”

Ao longo dos dois dias, foram ministradas, por especialistas do setor, 10 palestras e com alguns painéis de debate, que trataram das inovações e os desafios da transição elétrica, as perspectivas de financiamento, o marco regulatório e o potencial do mercado de energias renováveis no Espírito Santo. Dentre elas, o painel ”Perspectivas do Mercado de Gás no ES”, contou com participação do diretor de operações da Tevisa e da Linhares Geração, Marco Antonio Bulhões Marcial, juntamente com o presidente da ES Gás, Heber Viana de Resende, e com a moderação da diretora presidente da ARSP, Joana Moraes Resende Magela.

Joana Moraes apresentou um cenário sobre o mercado do gás no Espírito Santo e falou sobre os avanços no arcabouço regulatório e legislativo para trazer previsibilidade e segurança jurídica para os investimentos necessários. “O ES tem tudo para ser um estado mais competitivo em relação ao mercado de gás natural”.

Heber falou sobre os investimentos previstos para a ampliação do consumo de GN no ES, previstos em R$300 milhões nos próximos 10 anos, e a ampliação da rede de distribuição em 292 mil metros. Destacou o projeto prioritário de interligação do gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC) à Rede de Distribuição de Linhares e lembrou que os planos para a ES Gás são de privatização em 2022. “O processo acontecerá em um leilão aberto na bolsa de São Paulo, provavelmente no primeiro semestre do ano que vem”.

O presidente da ES Gás explanou também sobre a atual pressão no preço do gás mediante a maior procura global, e afirmou que o caminho para combater e ficar um pouco imune a esse cenário no ES é fazer com que mais gás chegue ao mercado, com um choque de oferta que possa baratear o preço.

Marco Antonio concordou com Heber, reafirmando que há uma grande capacidade de geração de gás no ES e que este é um combustível essencial para a transição energética. Para o diretor das termelétricas, no entanto, estimular o investimento no aumento da produção está diretamente ligado à garantia do mercado consumidor de gás.

“É necessário investimento em pesquisa, revitalização, e para isso, é preciso um ambiente com um mercado de consumo. O ES tem potencial de ampliação, tem projetos importantes para apoio a cadeia produtiva, que é o caso da Imetame ao norte do estado e o Porto Central mais ao sul, e está caminhando para aumentar a demanda com o desenvolvimento dos novos projetos vencedores do leilão emergencial, que acrescentam mais 800 mil m3/dia de consumo de GN. A projeção é de quase 3,5 milhões de m3/dia, um aumento de 30%”, revela Marco Antonio.

O diretor da Linhares Geração e da Tevisa  chamou a atenção para o grande desafio para a implantação dos projetos. “São cerca de 150 MW a serem instalados em um prazo muito curto, isso envolve, e está recebendo, muita atenção do Governo do Estado. Vou enaltecer a ES Gás que tem papel fundamental com a conexão na rede de gás, para darmos o primeiro passo na conversão da Tevisa para gás”.

 

A feira

Já no stand compartilhado entre Linhares Geração e Tevisa, foram apresentados os três projetos no ES vencedores do primeiro Procedimento Competitivo Simplificado (PCS), certame realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de forma emergencial, para diminuir os impactos da maior crise hídrica dos últimos 91 anos no Brasil.

 

Governador visitando nosso stand na Fenergia
Governador Renato Casagrande visitou nosso stand e conheceu em detalhes os novos projetos das empresas.

 

O diretor executivo das empresas, Marcelo Oliveira, explicou que as plantas já instaladas possuem papel estratégico na produção de energia e a usina localizada em Linhares, a UTE LORM, tem ainda uma importância significativa para o mercado de gás natural do Espírito Santo. Com os novos projetos, haverá um incremento energético e um aumento interno no consumo de gás natural, dois pontos muito relevantes para a economia capixaba.

“São dois projetos de ampliação. O da UTE LORM, da Linhares Geração, vai aumentar a capacidade instalada de 204 MW para 240 MW e gerar o crescimento de 17,6% no consumo do gás. O da UTE Viana, da Tevisa, elevará de 174,6 MW para 212 MW, mas com um grande diferencial, pois a ampliação será com motogeradores diferentes dos da planta já instalada, os novos vão consumir gás natural ao invés de óleo combustível (OCB1).  Com isso, a UTE Viana também passará a consumir gás do ES, 200.000 m3/dia, e produzir energia mais limpa”, pontua Marcelo.

Sobre o terceiro projeto no ES vencedor no PCS, Marcelo conta que  se trata de uma nova empresa e uma nova usina, também com combustível gás natural como fonte. “A UTE Povoação ficará localizada bem próxima à UTE LORM, o que vai facilitar algumas operações, entre elas a logística de entrega do gás natural.  Ela terá 8 unidades geradoras, com capacidade de 74,96 MW e levará a uma demanda adicional de gás de cerca de 400.000 m³/dia”.

Juntas, UTE LORM, UTE Viana e UTE Povoação terão capacidade instalada de mais de 526 MW, o equivalente, aproximadamente, ao consumo médio 2 milhões de residências, considerando 200 kWh/mês por unidade. “É o  que o governo federal precisa para fortalecer o sistema e recuperar os níveis dos reservatórios das hidrelétricas.As usinas termelétricas têm essa função de ser fonte complementar de energia, trazem segurança energética para o sistema. Esse suprimento a ser iniciado em maio de 2022 é fundamental para mitigarmos o risco de um apagão”, complementa Marcelo.

Marcelo também lembra que onde tem energia, tem mais investimento, mais indústria, comércios, empregos e infraestrutura. “Energia é qualidade de vida, ferramenta de competitividade e indicador importante de eficiência para o desenvolvimento econômico. Além disso, os projetos vão ajudar em um dos principais desafios da cadeia, o de levar o gás pelo fio em forma de energia “.

O gás natural

De acordo com o último boletim publicado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) – atualizado em 31/03/2021 – , o Brasil possui 337.238 MM m³ de reservas provadas, e 408.343 MM m³ de reservas provadas e prováveis de gás natural.  Em 2020, foram produzidos 45,9 bilhões de metros cúbicos de gás natural.  Além disso, em reportagem da Agência Brasil, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) afirma que a projeção é de que o Brasil deve mais que duplicar a produção líquida de gás natural até 2030.

O país está entre os principais produtores de gás natural no mundo e o estado do Espírito Santo é responsável por cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural/dia, conforme informações do Ministério de Minas e Energia. Um alto volume que movimenta negócios, atrai investimentos e gera boas oportunidades para os investidores.

Desse total de produção capixaba, os números da ARSP apontam um consumo interno médio de 2,77 milhões de m³/dia, sendo que aproximadamente 1,1 milhão de m³/dia é utilizado pela UTE LORM para geração de 204 MW de energia elétrica. Isso faz da Linhares Geração, além de estratégica para segurança energética, a principal consumidora interna de gás natural do Espírito Santo, o que fortalece a garantia de mercado para a commodity.

O gás não é renovável, uma vez que se trata de um combustível fóssil, porém é uma fonte de combustão mais limpa, com menor quantidade de emissões de CO2, mais barata do que o óleo e contribui para diminuir o desmatamento ao substituir a lenha e o carvão, por exemplo.

 

 

Publicado em 03/12/2021

Publicado por KICk

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