Foi publicada, no dia 08/11/2021, a resolução autorizativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nº 10.878, permitindo à Termelétrica Viana (Tevisa) implantar e explorar a Central Geradora Termelétrica – UTE Viana 1, ou seja, ampliar a Usina Termelétrica Viana (UTE Viana). Para a expansão, serão instaladas mais 4 novas unidades geradoras que utilizam gás natural como combustível e que agregarão 37,48 megawatts (MW) à capacidade já instalada de 174,6 MW, o que representa 21,4% de acréscimo em relação ao atualmente licenciado.
Com a expansão, a usina terá potência suficiente para abastecer, por exemplo, cerca de 765 mil residências com consumo médio de 200 kWh/mês.
As obras devem ser iniciadas ainda neste mês de novembro de 2021, logo após a emissão da Licença Ambiental. Os novos motogeradores serão alocados nos próximos meses em uma área adicional de 2.300 m² e consumirão aproximadamente 200.000m³/dia de gás natural. A interligação da usina no gasoduto será feita pela companhia distribuidora de gás natural do estado do Espírito Santo, ES Gás, por meio da derivação do gasoduto existente que fica a 1km da UTE Viana.
Na configuração prevista para a expansão da capacidade, será utilizado o gás natural como combustível
Será feita a utilização da infraestrutura existente de interconexão elétrica, gerenciamento de insumos e de efluentes. O investimento previsto para a ampliação é da ordem de R$ 147 milhões e a expectativa é de contratação de 80 profissionais durante as obras e de geração de até 10 novos postos de trabalho durante a operação, com prioridade para mão-de-obra local.
O suprimento de energia deverá ser entregue ao Sistema Interligado Nacional (SIN) entre maio de 2022 e dezembro de 2025, aliviar a pressão sobre os reservatórios das usinas hidrelétricas e colaborar com a garantia do abastecimento de energia para o Brasil.
UTE Viana
A administração da Usina Termelétrica Viana (UTE Viana) é realizada pela Tevisa (Termelétrica Viana S/A), empresa fundada no ano de 2007. A UTE ocupa uma área de aproximadamente 20 hectares no Distrito Industrial do município de Viana (ES). Opera desde janeiro de 2010 por despachos (ordens de operação) emitidos pela ONS (Operador Nacional do Sistema).
O sistema atual conta com 20 geradores já em operação, que utilizam óleo fornecido pela VIBRA (antiga BR Distribuidora) como combustível (OCB1). Para a execução dessas atividades e serviços de suporte, atuam na usina cerca de 45 pessoas, entre empregados e terceiros.
No Brasil, as usinas termelétricas são utilizadas como fonte complementar de energia às usinas hidrelétricas, sendo acionadas, normalmente, em casos de escassez hídrica ou necessidade de complementação energética para horários de pico de consumo.
O Leilão
O primeiro Procedimento Competitivo Simplificado (PCS) foi um leilão emergencial para a contratação de energia que visa auxiliar a recuperação das usinas hidrelétricas, afetadas pela estiagem registrada em 2021 e que ocasionaram a maior crise hídrica dos últimos 91 anos no Brasil e graves consequências para o abastecimento elétrico do país, cuja principal fonte é o sistema hídrico.
O certame foi realizado no dia 25 de outubro de 2021, pela Aneel, através da plataforma da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O Espírito Santo foi o segundo maior resultado entre os estados contemplados com projetos vencedores, com 3 projetos de geração a gás natural, que somam 148 MW e demandarão investimento de R$ 548 milhões em obras.
O estado com maior volume de projetos vitoriosos foi o Rio de Janeiro. No total, o leilão resultou em 17 novos projetos de geração de energia para o país, com a contratação de 775,5 megawatts (MW) médios e 1,22 gigawatts (GW) de potência instalada e R$ 5,2 bi em investimentos de obras. A maior parte foi em contratação de serviços de 14 usinas termelétricas movidas a gás natural, o que representa mais de 99% dos investimentos previstos.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia ressaltou que os recursos contratados contribuirão para o robustecimento do sistema e a recuperação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, com preços menores do que os atualmente praticados nos recursos adicionais acionados.
(Publicado em 19/11/2021)